O Movimento Arredondar tem origem em uma ideia simples: e se todos pudéssemos doar centavos para integrar o valor cheio cada vez que fizéssemos uma compra? O valor é irrisório para quem doa, mas qual seria o potencial de mobilização se muitas pessoas concordassem?

Fruto da parceria entre Nina Valentini, empreendedora social, e Ari Weinfeld que, inspirado pelo livro Financing Future, decidiu empreender no setor social e, para isso, foi para a Alemanha conhecer o Arredondar de lá.

O Movimento tem como propósito tornar o ato de doação fácil, transparente, seguro e acessível. O modelo de gestão une diferentes parceiros do varejo para alavancar doações.

O projeto piloto foi feito com a Puket. Ao comprar um produto nas lojas da marca, o cliente poderia arredondar até 99 centavos, que seriam revertidos para uma causa social. O resultado foi uma adesão de 70% dos clientes, só não sendo maior porque os atendentes de caixa se esqueciam de perguntar se o cliente queria arredondar.

O Arredondar aprimorou sua atuação, fazendo não apenas a implementação do sistema, a gestão e a distribuição dos recursos, mas também promovendo treinamento aos colaboradores da rede parceira. Os funcionários – vendedores e caixas – passaram a se perceber como importantes, ao poderem contribuir com uma simples pergunta: “Você quer arredondar hoje?”.

Depois de arrecadadas, as microdoações são divididas: 45% vai para as ONG indicadas pelos varejistas, 45% para o portfólio de ONG selecionado pelo Arredondar e 10% para os custos operacionais. Para sua ampliação, um dos desafios é a questão tributária. O Arredondar está proibido de atuar em vários estados pois, ainda que a doação seja de centavos, é necessário a impressão de um boleto para o pagamento do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD).

Há mais de 1.500 lojas (físicas e online) inscritas no programa, totalizando 42 milhões de microdoações e mais de R$ 8.7 milhões arrecadados. A iniciativa conta com um portfólio de mais de 60 ONG que receberam doações.