Foram três anos de pesquisa acerca das problemáticas envolvendo a filantropia e mudanças sistêmicas em larga escala antes de Olivia Leland criar o Co-Impact, em 2017. A iniciativa mobiliza filantropos, organizações, lideranças comunitárias e governos para se somarem a uma coalizão que objetiva promover a igualdade de gênero, principalmente no sul global, trabalhando as áreas de saúde, educação e desenvolvimento econômico.

O Co-Impact é o maior fundo de doação do mundo. Tem um sistema de financiamento dividido em três categorias: os core-partners, um grupo de até 10 financiadores de diversas origens que doam cerca de 50 milhões de dólares em 10 anos para o fundo e decidem sobre os aportes da organização; os coinvestidores, que contribuem com um mínimo de 5 milhões de dólares em cinco anos; e a comunidade, um grupo de até 100 indivíduos, famílias e fundações que doam 500 mil dólares por ano, com o compromisso de três anos.

As doações são flexíveis e há três modalidades principais de aporte: a primeira são os editais, com grants que variam entre 10 e 25 milhões de dólares por cinco anos; a segunda, Venture, aporta valores entre 1 e 3 milhões para iniciativas em estágio inicial; e, a terceira, Design de Subvenções, distribui doações de 500 mil dólares para avançar com o desenvolvimento de novas ideias durante seis a oito meses.

Quem operacionaliza as contribuições dos doadores do Co-Impact é a New Venture Ford, uma organização americana. Além de fiscal sponsor, também é apoio administrativo para a organização, garantindo certa neutralidade entre as partes, e contribuem com uma equipe técnica dedicada e com alto grau de conhecimento.

Duas condições foram adotadas no desenho da iniciativa. A primeira é a busca por mudança sistêmica, conceito central que define sua abordagem. A segunda é a crença de que a filantropia não é apenas um ato de investimento social, mas também é doação de conhecimento e contribuição com rede de contatos e articulação, para ter impacto em escala.