Muká Plataforma Agroecológica/ Tabôa
A Tabôa, localizada em Serra Grande, no sul da Bahia, é uma organização de base comunitária que busca engajar atores presentes no território, de modo que já poderia ser, em si, um exemplo de filantropia colaborativa. Mas o caso apresentado aqui é o da Muká Plataforma Agroecológica (anteriormente chamada de Circuitos Agroecológicos), projeto idealizado pela Tabôa junto com a Rede Povos da Mata e o Instituto IBIA.
A história começa quando, na estruturação da sua atuação em sistemas alimentares, o Instituto Ibirapitanga foi conhecer o trabalho da Tabôa e da Rede Povos da Mata, em 2018, já tendo visitado o grupo que criou o Instituto IBIA. Após a visita, as organizações apresentaram ao Ibirapitanga um projeto ambicioso, com orçamento total de 7,9 milhões de reais para três anos.
O projeto tinha como foco o fortalecimento da agroecologia, tendo seu diferencial, à época, na atuação em quatro eixos interdependentes: assistência à produção, regularização de agroindústrias, criação de um sistema de comercialização entre redes de agricultores e acesso a crédito.
O Ibirapitanga não tinha recursos para financiar sozinho, mas viu na iniciativa um enorme potencial de impacto. Então, decidiu não só investir, mas também se dispôs a mobilizar recursos. Foi definido um planning grant, utilizado para fazer um diagnóstico mais aprofundado dos agricultores foco do projeto e da área de comercialização, tornando a iniciativa mais atrativa para potenciais apoiadores. Foi assim que Porticus, Instituto Humanize, Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e Instituto Arapyaú se incorporaram ao projeto e se tornaram, também, agentes na busca de novos recursos. Um comitê dedicado a finalizar a estruturação e acompanhar a iniciativa foi constituído, com essas organizações, a Tabôa e os outros dois parceiros realizadores. Isso impôs à Tabôa um desafio maior: mediar as necessidades, lógicas e interesses de todos os envolvidos. Mas, ao mesmo tempo, fortaleceu as relações entre os parceiros e viabilizou a iniciativa, que começou a ser implementada em 2019.
Quando a pandemia de Covid-19 chegou, nove meses após o início da iniciativa, foi necessário reinventar formas de acompanhamento técnico e comercialização dos produtos e, em 2021, a Circuitos Agroecológicos passou a se chamar Muká Plataforma Agroecológica.
Dentre os resultados da iniciativa, 11.249 famílias de agricultores foram envolvidas diretamente nos circuitos de comercialização e R$ 1 milhão em créditos foram concedidos para agricultores do sul da Bahia. A força da colaboração criada também tem atraído novos doadores.
Ano de criação | 2019 |
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Alguns atores que aportam recursos |
Porticus, Instituto Ibirapitanga, Instituto Arapyaú, FUNBIO e Instituto humanize |
Foco de atuação |
Fortalecimento de redes de agroecologia |
Saiba mais | Muká Plataforma Agroecológica e Tabôa |