Fundo Baobá/ Programa Marielle Franco
O Baobá é um fundo cuja operação se dá por meio de patrimônio próprio, formado por doações de empresas, ONG e pessoas físicas.
Em seu processo de saída do Brasil depois de 68 anos, devido à crise econômica de 2008 que havia provocado uma queda de 25% em seu endowment, a W. K. Kellogg Foundation convidou um grupo de intelectuais e ativistas afro-brasileiros para pensar alternativas de longo prazo para sustentabilidade financeira e política das OSC cujo foco fosse equidade racial. O diagnóstico feito pelo grupo revelou a necessidade de criar uma organização capaz de mobilizar recursos, apoiar projetos e fortalecer outras organizações que atuassem nessa agenda. Na época, Magno Cruz, liderança negra brasileira, escreveu a membros do grupo financiado pela Kellogg, solicitando recursos para elaborar um novo mecanismo para a promoção da equidade racial no Brasil.
Deste encontro nasceu o Fundo Baobá de Equidade Racial e um endowment vinculado a ele, com o objetivo de captar 25 milhões de dólares, volume que, quando alcançado, o tornaria o maior fundo para equidade racial do mundo fora dos EUA. Para cada 1 real captado de atores em território nacional, a Kellogg Foundation doaria 3 reais e, para cada 1 real captado de atores internacionais, a Fundação doaria 2 reais. Desde então, o endowment está em processo de construção.
Em 2018, o assassinato da vereadora e liderança negra Marielle Franco ecoou em todo o mundo, tornando-se um símbolo da urgência de equidade racial e de gênero no Brasil. Foi então que o recém-criado Instituto Ibirapitanga – que havia escolhido equidade racial como uma de suas agendas de trabalho e já estava estruturando um aporte ao fundo Baobá –, a Open Society e a Ford Foundation somaram recursos e doaram 3 milhões de dólares para que o Baobá pudesse criar o Programa Marielle Franco de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras. Esse recurso foi potencializado pelo acordo de matching já estabelecido com a Kellogg. Mobilizou-se, assim, cerca de 7 milhões de dólares, sendo 50% aplicados no desenvolvimento do Programa e operacionalização institucional e 50% para compor o fundo patrimonial do Baobá. O Programa, com duração definida de cinco anos, se tornou um fundo específico dentro do Fundo Baobá.
A coalizão dessas quatro fundações, em colaboração com o Baobá como organização idealizadora e gestora dos recursos do Programa Marielle Franco, bem como a criação do próprio Baobá, são também ações que contribuem para a visibilidade dessa agenda e a possibilidade de mobilizar mais recursos para o tema.
Ano de criação | 2011 (Fundo Baobá); 2018 (Programa Marielle Franco) |
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Alguns atores que aportam recursos |
Fundo Baobá: W.K. Kellogg Foundation, Ford Foundation, Instituto Unibanco, Instituto Coca Cola, OAK Foundation, RiHappy, Johnson & Johnson, Estrela, Coca Cola, Instituto Arapyaú, Open Society, Instituto Ibirapitanga, Tides Foundation, Fundo Socioambiental Caixa, Instituto Lojas Renner | Programa Marielle Franco: Fundo Baobá, Kellogg Foundation, Open Society Fondation, Ford Foundation e Instituto Ibirapitanga |
Foco de atuação |
Promoção da equidade racial no Brasil; Desenvolvimento e aceleração de lideranças femininas negras |
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